A onda de calor sem precedentes que atingiu os oceanos entre 2023 e 2024 deixou um rastro de destruição nos recifes de coral do Rio Grande do Norte.
Um estudo pioneiro, que mapeou pela primeira vez os
impactos de um evento global de branqueamento na costa brasileira, revelou uma
dicotomia no estado: enquanto Rio do Fogo sofreu uma mortalidade de 38% de sua
cobertura de corais, o Atol das Rocas, primeira reserva biológica marinha do
Brasil, não registrou nenhuma morte, apesar do mesmo estresse térmico.
Os dados, publicados na revista científica Coral Reefs,
são parte de um esforço que monitorou 18 ecossistemas recifais em todo o país.
A pesquisa confirmou que o Nordeste foi a região mais castigada pelo
aquecimento das águas. Rio do Fogo figurou entre os quatro pontos mais críticos
de todo o levantamento, um indicador da gravidade do fenômeno no litoral
potiguar.
O fenômeno, conhecido como branqueamento, ocorre quando o
calor excessivo faz com que os corais expulsem as microalgas que vivem em seus
tecidos e lhes fornecem nutrientes e cor. Sem elas, os corais tornam-se brancos
e, se o estresse térmico persistir, morrem de inanição. Em média, os recifes
brasileiros foram expostos a 88 dias de temperaturas acima do normal.
Com informações do Jornal da USP