Motorista de ônibus, gerente de banco, escriturário de banco, técnico de enfermagem e vigilante.
Esse é o top 5 das categorias com mais pedidos de
afastamentos por saúde mental reconhecidos como doença ocupacional. Os dados do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) referem-se ao período de 2012 a 2024
e estão compilados no Smartlab, plataforma que cruza uma série de dados
oficiais.
Chamados de B91,
esses benefícios são pagos em decorrência de problemas de saúde gerados
especificamente pelo trabalho. O INSS também paga a seus segurados o
auxílio-doença (B31), em caso de enfermidades ou acidentes não relacionados à
atividade profissional. O enquadramento no B91 ou no B31 é determinado pelas
perícias médicas.
Os afastamentos por
saúde mental vêm explodindo no Brasil. De 2023 para 2024, o total de casos
(somando benefícios com ou sem ligação com o trabalho) pulou de 283 mil para
471 mil - um crescimento de 66%.
Especialistas
ouvidos pelo portal Uol avaliam que está em curso no país uma "era
epidemiológica" marcada por transtornos mentais. Se tempos atrás
destacavam-se as chamadas LER/DORT, lesões por esforço repetitivo causadas por
tarefas mecânicas, o avanço da tecnologia tem levado a um crescimento do número
de trabalhadores acometidos de sofrimento psíquico.
"O transtorno
mental relacionado ao trabalho enfrenta grande dificuldade para ser
reconhecido, tanto pela empresa quanto pela Previdência Social", afirma a
médica Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, órgão vinculado ao Ministério
do Trabalho e Emprego especializado em saúde e segurança.
Nesse top 5, a
categoria com o menor número de B91 em relação ao total de afastamentos por
saúde mental é a dos técnicos de enfermagem. Os motoristas de ônibus também se
encontram nesse mesmo top.
Na outra ponta, os
gerentes de bancos são os que apresentam maior percentual de B91. Ainda no
setor bancário, entre escriturários - carreira que funciona como porta de
entrada no segmento - o número de trabalhadores com pedidos de afastamento
reconhecidos como doença ocupacional é consideravelmente menor que o de
gerentes.
Na avaliação de
fontes ouvidas, a lei federal 11.430/2006 - que cria o Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e facilita a associação de uma doença a um
ambiente de trabalho - não tem sido devidamente aplicada.
Com informação do portal uol.com.br
