30 de outubro de 2025

Cinco categorias de profissionais são as mais afetadas por saúde mental

 Motorista de ônibus, gerente de banco, escriturário de banco, técnico de enfermagem e vigilante.

Esse é o top 5 das categorias com mais pedidos de afastamentos por saúde mental reconhecidos como doença ocupacional. Os dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) referem-se ao período de 2012 a 2024 e estão compilados no Smartlab, plataforma que cruza uma série de dados oficiais.

Chamados de B91, esses benefícios são pagos em decorrência de problemas de saúde gerados especificamente pelo trabalho. O INSS também paga a seus segurados o auxílio-doença (B31), em caso de enfermidades ou acidentes não relacionados à atividade profissional. O enquadramento no B91 ou no B31 é determinado pelas perícias médicas.

Os afastamentos por saúde mental vêm explodindo no Brasil. De 2023 para 2024, o total de casos (somando benefícios com ou sem ligação com o trabalho) pulou de 283 mil para 471 mil - um crescimento de 66%.

Especialistas ouvidos pelo portal Uol avaliam que está em curso no país uma "era epidemiológica" marcada por transtornos mentais. Se tempos atrás destacavam-se as chamadas LER/DORT, lesões por esforço repetitivo causadas por tarefas mecânicas, o avanço da tecnologia tem levado a um crescimento do número de trabalhadores acometidos de sofrimento psíquico.

"O transtorno mental relacionado ao trabalho enfrenta grande dificuldade para ser reconhecido, tanto pela empresa quanto pela Previdência Social", afirma a médica Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego especializado em saúde e segurança.

Nesse top 5, a categoria com o menor número de B91 em relação ao total de afastamentos por saúde mental é a dos técnicos de enfermagem. Os motoristas de ônibus também se encontram nesse mesmo top.

Na outra ponta, os gerentes de bancos são os que apresentam maior percentual de B91. Ainda no setor bancário, entre escriturários - carreira que funciona como porta de entrada no segmento - o número de trabalhadores com pedidos de afastamento reconhecidos como doença ocupacional é consideravelmente menor que o de gerentes.

Na avaliação de fontes ouvidas, a lei federal 11.430/2006 - que cria o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e facilita a associação de uma doença a um ambiente de trabalho - não tem sido devidamente aplicada.

Com informação do portal uol.com.br