A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta semana, o registro de um medicamento oral voltado ao tratamento de alguns tipos de câncer no cérebro.
A autorização do Voranigo (vorasidenibe) representa um
dos maiores avanços da área nos últimos 20 anos, conforme avalia especialista.
Em formato de comprimidos de uso diário, o inibidor de
enzimas é recomendado para pacientes, a partir dos 12 anos, com tipos
específicos de tumores cerebrais — chamados de astrocitomas ou
oligodendrogliomas — de grau 2, com mutação na enzima IDH1 ou IDH2 e que já
foram submetidos a uma cirurgia prévia e que não necessitam de quimioterapia ou
radioterapia imediata, conforme a bula.
No corpo, as proteínas IDH1 e IDH2 desempenham um
importante papel na produção de energia para as células. No entanto, quando há
alteração do gene responsável pela produção delas, é possível que isso leve ao
desenvolvimento de câncer no cérebro.
Produzido pela farmacêutica Servier, o Voranigo age
bloqueando a forma mutada das enzimas, segundo a bula. Na prática, o
medicamente auxilia no tratamento da doença ao retardar ou impedir o
crescimento de células dos tumorais.
A aprovação da Anvisa segue decisões de outras agências
internacionais, como o Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável
pela regulação de medicamentos nos Estados Unidos, que ano passado também aprovou
a droga.