O
Departamento de Estradas e Rodagem (DER) confirmou que, até o final deste ano
será realizada uma licitação para o setor de transporte de passageiros em que,
pelo menos, 96 linhas já existentes, mas abandonadas ou ociosas, serão
beneficiadas.
A
expectativa é que nos próximos 40 dias sejam finalizadas as conversas com
empresários e permissionários do setor e que cerca de 540 veículos, entre
ônibus e alternativos legalizados, sejam inseridos.
Porém,
para a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste
(Fetronor) e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do
Município de Natal (Seturn) ressaltam que de nada valerá o esforço se o
transporte clandestino – grande responsável pela falência de empresas e
demissões em massa – seguir sem fiscalização.
“Essas
linhas ociosas não estavam tendo mais condições financeiras de serem operadas
em função da clandestinidade. Eu acredito que isso vá funcionar se houver a
fiscalização”, disse o empresário Eudo Laranjeiras, da Fetronor.
Para
Nilson Queiroga, que classifica a iniciativa da licitação como “positiva”, a
clandestinidade é um problema ignorado há muitos governos.
“Carros
de passeio, táxis irregulares e outros transportes ilegais causam prejuízo,
porque não se recolhem impostos; o estado está abrindo mão de arrecadar”,
destaca Queiroga, acrescentando: “Se vamos contar com esses 540 ônibus,
precisamos também investir nas estradas, rodovias e terminais rodoviários, que
estão em situação difícil. O DER avalia que para restabelecer a malha
rodoviária, seriam necessários R$ 100 milhões por ano durante dez anos.
Precisamos melhorar tudo isso”.