21 de julho de 2017

Empresários pedem fiscalização ao transporte clandestino

O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) confirmou que, até o final deste ano será realizada uma licitação para o setor de transporte de passageiros em que, pelo menos, 96 linhas já existentes, mas abandonadas ou ociosas, serão beneficiadas.
A expectativa é que nos próximos 40 dias sejam finalizadas as conversas com empresários e permissionários do setor e que cerca de 540 veículos, entre ônibus e alternativos legalizados, sejam inseridos.
Porém, para a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor) e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn) ressaltam que de nada valerá o esforço se o transporte clandestino – grande responsável pela falência de empresas e demissões em massa – seguir sem fiscalização.
“Essas linhas ociosas não estavam tendo mais condições financeiras de serem operadas em função da clandestinidade. Eu acredito que isso vá funcionar se houver a fiscalização”, disse o empresário Eudo Laranjeiras, da Fetronor.
Para Nilson Queiroga, que classifica a iniciativa da licitação como “positiva”, a clandestinidade é um problema ignorado há muitos governos.
“Carros de passeio, táxis irregulares e outros transportes ilegais causam prejuízo, porque não se recolhem impostos; o estado está abrindo mão de arrecadar”, destaca Queiroga, acrescentando: “Se vamos contar com esses 540 ônibus, precisamos também investir nas estradas, rodovias e terminais rodoviários, que estão em situação difícil. O DER avalia que para restabelecer a malha rodoviária, seriam necessários R$ 100 milhões por ano durante dez anos. Precisamos melhorar tudo isso”.