Insustentável. É assim que o
Diretor do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do
RN, Djair de Oliveira, define a situação dos centros de triagem de detentos do
Rio Grande do Norte (RN) e ameaça greve perante o estado de calamidade dos
Centros de Detenção Provisória (CDP).
O ápice da insatisfação da
Polícia Civil foi marcado por um protesto realizado nesta manhã no CDP de
Pirangi, na Zona Sul de Natal. O resultado da manifestação foi a convocação de
uma assembleia para a próxima segunda-feira (16), às 14h, na sede do sindicato,
na Av. Rio Branco, Zona Leste de Natal. Na ocasião, os policiais civis irão
discutir a recorrente situação de superlotação nos Centro de Detenção Provisória,
que reflete diretamente nas delegacias.
Nesta manhã, quem passou em
frente ao CDP do Conjunto Pirangi viu uma cena inusitada: presos algemados em
plena via de trânsito. Esse foi o auge do protesto realizado por policiais
civis que, ao chegarem ao local, foram avisados que não havia vaga para nenhum
detento.
“Não tenho condições de
receber presos, hoje eu consegui transferir 18 detentos daqui para outra
unidade para ter condições mínimas para colocar os 10 que chegaram. Amanhã vai
acontecer a mesma coisa, o CDP vai estar lotado e eu não tenho certeza se terei
condições de receber mais gente”, explicou Geraldo Araújo, diretor da CDP de
Pirangi.
O Secretário de Segurança
Pública interino, Silva Júnior, disse não ter qualquer conhecimento sobre a
possibilidade de greve. Sobre o protesto na CDP de Pirangi, ele admitiu que
quando não há vagas nas CDPs, os policiais civis devem aguardar vagas. "A
Polícia Civil não pode manter em suas unidades presos. Portanto após o plantão
eles devem encaminhar os presos ao Centro de Detenção Provisória de Pirangi
(CDP), que também é a triagem da capital. Quando não há vagas, a Polícia Civil
nem pode soltar, mas também não pode deixá-los nas suas instalações, portanto é
necessário aguardar a vaga", explicou.