Acusada pelo Ministério Público de
lucrar com a utilização de um bem público, a Associação Norte-rio-grandense de
Criadores (Anorc) poderá perder a administração do Parque Aristófanes
Fernandes, palco da maior feira agropecuária do estado e uma das maiores do
Nordeste: a Festa do Boi.
O contrato celebrado entre a associação
e o Governo do Estado, proprietário do parque, está sendo contestado na Justiça
pelo Ministério Público Estadual desde o final do ano passado, embora o próprio
Executivo defenda a permanência da Anorc à frente da gestão da área.
O embate judicial envolvendo a gestão do
parque não é, porém, o único problema enfrentado pela associação dos criadores
do estado nesse momento. A Anorc atravessa, de acordo com administradores e
ex-diretores, a pior crise financeira dos últimos dez anos, provocada em grande
parte pela frustração de receitas de eventos.
A associação, segundo Marcos Aurélio de
Sá, criador e atual presidente da entidade, lucrou menos e gastou mais com a
realização da Festa do Boi em 2013, do que em anos anteriores.
Três patrocinadores desistiram de
participar do evento e o Governo do Estado, além de reduzir a quota, não
repassou a verba, como combinado.
A receita de R$ 200 mil oriunda do
aluguel do parque a Destaque Promoções para o Carnatal 2013 poderia
reequilibrar as finanças, mas foi bloqueada pela Justiça.
A promotora de Parnamirim, Juliana
Limeira, solicitou o bloqueio dos recursos e a nulidade do contrato por
entender que a Anorc e o Governo não observaram os pressupostos legais de
licitação do parque, décadas atrás.