Itamar Rocha, presidente da Associação dos Criadores de Camarão
O Banco do Nordeste (BNB) suspendeu, desde o dia 21 de
janeiro, novas operações de custeio e de investimento para a carcinicultura. A
decisão, que vale para o país inteiro, teria sido tomada durante uma reunião
entre a diretoria de Gestão do Desenvolvimento, a diretoria Financeira e de
Mercado de Capitais e a diretoria de Negócios do banco, realizada este mês.
O setor diz ter sido pego de surpresa. As Associações
Brasileira e Norte-rio-grandense de Criadores de Camarão tomaram conhecimento
da situação através de criadores que tentaram obter empréstimos e tiveram o
pedido negado. Nenhuma justificativa foi dada aos carcinicultores.
O banco teria, segundo os carcinicultores, enviado uma nota
para todas as agências comunicando a suspensão da contratação de novas
operações. Cerca de 400 criadores de camarão serão afetados só no Rio Grande do
Norte, segundo cálculos da Associação Norte-rio-grandense de Criadores de
Camarão (ANCC).
A medida também se refletirá na queda da produção e na demissão
de trabalhadores, de acordo com Orígenes Neto, presidente da ANCC. A decisão de
suspender o crédito foi anunciada no momento em que o setor tenta aumentar a
produção para atender a demanda do mercado interno.
Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores
de Camarão (ABCC), vai pedir apoio à
bancada federal do Rio Grande do Norte.
Ele cita a queda da produtividade
brasileira, que passou de 6.086 quilos por hectare, em 2003, para 3.510 quilos
por hectare, em 2011, e afirma que o crédito poderia ajudar os carcinicultores
a recuperar terreno no país.