1 de fevereiro de 2013

BNB suspende operação de crédito para carcinicultores

Itamar Rocha, presidente da Associação dos Criadores de Camarão

O Banco do Nordeste (BNB) suspendeu, desde o dia 21 de janeiro, novas operações de custeio e de investimento para a carcinicultura. A decisão, que vale para o país inteiro, teria sido tomada durante uma reunião entre a diretoria de Gestão do Desenvolvimento, a diretoria Financeira e de Mercado de Capitais e a diretoria de Negócios do banco, realizada este mês.

O setor diz ter sido pego de surpresa. As Associações Brasileira e Norte-rio-grandense de Criadores de Camarão tomaram conhecimento da situação através de criadores que tentaram obter empréstimos e tiveram o pedido negado. Nenhuma justificativa foi dada aos carcinicultores.

O banco teria, segundo os carcinicultores, enviado uma nota para todas as agências comunicando a suspensão da contratação de novas operações. Cerca de 400 criadores de camarão serão afetados só no Rio Grande do Norte, segundo cálculos da Associação Norte-rio-grandense de Criadores de Camarão (ANCC).

A medida também se refletirá na queda da produção e na demissão de trabalhadores, de acordo com Orígenes Neto, presidente da ANCC. A decisão de suspender o crédito foi anunciada no momento em que o setor tenta aumentar a produção para atender a demanda do mercado interno.

Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC),  vai pedir apoio à bancada federal do Rio Grande do Norte.

Ele cita a queda da produtividade brasileira, que passou de 6.086 quilos por hectare, em 2003, para 3.510 quilos por hectare, em 2011, e afirma que o crédito poderia ajudar os carcinicultores a recuperar terreno no país.