6 de dezembro de 2025

ABIN alerta para avanço do crime organizado e aponta riscos nas eleições de 2026

 A nova edição do relatório Desafios de Inteligência, apresentada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN),  na terça-feira (2), detalha com mais precisão do que em anos anteriores como o crime organizado se transformou em um fator político estruturante no país.

O documento afirma que facções e milícias avançaram sobre lacunas do Estado, construindo redes de poder que influenciam a vida cotidiana, a economia local e, cada vez mais, o comportamento eleitoral das populações sob seu domínio.

Segundo o relatório, esse avanço não é episódico nem restrito a regiões específicas: trata-se de um movimento nacional, com características próprias em cada território, mas que compartilha a mesma lógica - ocupar o vácuo institucional deixado por serviços públicos insuficientes e convertê-lo em capital político.

O texto aponta que grupos criminosos passaram a atuar como “instâncias reguladoras” de áreas inteiras, definindo normas, controlando a circulação e impondo regras paralelas que afetam diretamente a dinâmica eleitoral.

A Abin descreve que essa presença resulta de uma “simbiose crescente entre a criminalização da política e a politização do crime”. Ou seja, enquanto organizações criminosas buscam representação institucional para proteger seus interesses, parte da classe política se beneficia do controle territorial exercido por esses grupos.

Em outro trecho o relatório da agencia diz: “Em áreas periféricas e de baixa presença estatal, grupos criminosos exercem poder paralelo, controlando a vida de comunidades e, consequentemente, o voto”.

Em áreas com menor presença estatal, as facções exercem influência direta sobre o voto.