O Ministério Público da Paraíba denunciou o juiz Glauco Coutinho, três advogados e um empresário por indícios de um esquema de favorecimento em decisões judiciais na Paraíba.
A denúncia foi protocolada no âmbito da Operação
Remontada, que foi feita pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Em outubro, o juiz, outro advogado e um médico já haviam
sido denunciados em outra investigação, também oriunda da Operação Retomada,
sobre um esquema de benefícios em decisões judiciais. Glauco Coutinho está
afastado da Comarca de Gurinhém.
Na nova denúncia, o grupo é acusado de utilizar do
sistema de Justiça para obtenção de vantagens financeiras ilícitas, por meio de
fraudes, corrupção e lavagem de dinheiro. O MP aponta que o esquema era formado
pelos seguintes participantes:
Juiz Glauco Coutinho; Hilton Souto Maior Neto - advogado;
Henrique Souto Maior Muniz de Albuquerque - advogado; Luís Henrique de Amorim
Santos - advogado; Armando Palhares Silva Júnior - empresário.
De acordo com o Gaeco, o juiz era responsável por emitir
"decisões relâmpago" e beneficiar demandas previamente direcionadas
para a Vara de atuação dele. Em troca, ele recebia vantagens financeiras de
Hilton Souto Maior Neto, apontado como o articulador do esquema.
Entre os episódios apontados pela denúncia que basearam
as investigações estão ações judiciais com endereços falsos, bloqueios e
liberação de dinheiro a empresas ligadas ao grupo criminoso, além de uma
homologação irregular feita pelo magistrado de um inventário já arquivado
transferido para a propriedade de Hilton Souto.
O Ministério Público enxergou práticas compatíveis dos
suspeitos em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude processual. O juiz
é denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.
