16 de setembro de 2025

Novas drogas circulam no Brasil; uma delas 25 vezes mais forte que fentanil

 Autoridades brasileiras confirmaram a chegada de novas drogas ao país, entre elas um opioide sintético da família dos nitazenos, capaz de ser até 25 vezes mais potente que o fentanil e provocar parada respiratória quase imediata.

O risco da nova droga ficou evidente em um caso clínico registrado em Campinas (SP). Em julho, um paciente apresentou sonolência e rebaixamento de consciência após ingerir álcool e um comprimido não identificado. O exame feito pelo laboratório da Unicamp confirmou a presença de N-pirrolidino protonitazeno, considerado até 25 vezes mais potente que o fentanil.

Hospitalizado, o paciente só sobreviveu após receber três doses de naloxona, antídoto usado em intoxicações por opioides. O uso repetido do medicamento já indicava a gravidade do quadro. A análise também revelou no organismo traços de MDA (derivado do ecstasy), catinonas sintéticas, álcool e nicotina.

Duas novas substâncias também foram identificadas em balas industrializadas. A Polícia Científica de Santa Catarina, com apoio da Polícia Federal, analisou em junho as Magic Mushroom Gummies, importadas da empresa TRE House e vendidas como "cogumelo mágico". O exame revelou as triptaminas sintéticas 4-HO-DET e 4-AcO-DET, já notificadas em países como Chile, Canadá e Bélgica, mas nunca antes registradas oficialmente no Brasil.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reagiu com atualização regulatória para tentar frear a circulação dessas substâncias. A agência incluiu rapidamente as três drogas na Lista F2 de substâncias proibidas. Na prática, a inclusão significa que a fabricação, a venda e a importação ficam expressamente vedadas no país. No caso do nitazeno, a decisão saiu 19 dias após a notificação; para as duas triptaminas, o prazo foi de 56 dias.

As descobertas constam do relatório semestral da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos), publicado em agosto. Produzido pelo SAR (Sistema de Alerta Rápido), rede criada pelo Ministério da Justiça, o documento reúne registros feitos entre 21 de fevereiro e 31 de julho e detalha a atuação para monitorar o mercado ilícito, confirmar resultados em laboratórios de referência e repassar informações a hospitais, secretarias de saúde e forças de segurança.

 Fonte: Portal Uol