A quadra chuvosa no Rio Grande do Norte, que encerra em
maio, é um período favorável para a ocorrência de infecções respiratórias,
especialmente a bronquiolite em crianças.
Embora não haja dados detalhados da doença, especialistas
alertam que os casos estão ligados ao agravamento dos quadros relacionados
principalmente ao vírus sincicial respiratório (VSR) e à influenza (gripe), que
têm pressionado as redes de saúde diante da alta demanda, exigindo inclusive
reforço de leitos.
No Rio Grande do Norte, as doenças respiratórias foram responsáveis por
44% das internações de crianças e adolescentes em leitos pediátricos da rede
pública de saúde. Os dados foram fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde
Pública.
Por isso, o Ministério da Saúde recomenda um diagnóstico
precoce dessas síndromes para evitar casos graves. A Pasta alerta que o VSR é
uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em
recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, podendo causar bronquiolite e
pneumonia.
Os riscos de contaminação nesse período do ano, alertam
especialistas, têm relação com a grande concentração de pessoas em ambientes
fechados e não ventilados e a falta de higienização constante.
“As crianças chegam
mais graves, evoluem rapidamente para insuficiência respiratória e necessitam
de suporte de oxigênio. Algumas respondem bem, outras precisam de intubação e
até de UTI. No serviço privado, as UTIs pediátricas praticamente estão sem
leito. Estamos fazendo milagre nas emergências”, relata uma médica da UPA da
Cidade Satélite, em Natal.