A infiltração de grupos criminosos na política é uma das grandes ameaças das eleições municipais em todo país.
Para garantir que seus
candidatos sejam eleitos, essas organizações podem recorrer a violências,
ameaças e coação contra adversários e também contra eleitores.
No dia da eleição, há um risco
de coação, por esses grupos criminosos, contra eleitores, para que eles votem
em determinado candidato ou mesmo deixem de comparecer aos locais de votação.
O principal risco é o
impedimento de comparecimento em determinadas zonas eleitorais. Em lugares que
são dominados pela violência, pelo crime organizado, existem casos em que as
pessoas são impedidas de comparecer ao local de votação, a depender do
interesse político daquela facção.
O segundo problema, nesses
locais de votação, é a coação aos eleitores para que eles votem em determinado
candidato de preferência daquele grupo armado.
Miguel Carnevale, pesquisador
do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (Giel/UniRio), explica que essa atuação dos grupos criminosos sobre os
eleitores é ainda mais forte nas eleições municipais.
“Você vê muito contato de
vereadores com as comunidades e muita força do crime organizado [para a eleição
de seus candidatos escolhidos]. Isso afeta certas relações, cria laços
clientelistas”, explica.
Mas não é apenas a
participação do crime organizado que ameaça a segurança das eleições. Há casos
de violência entre candidatos e entre eleitores por questões ideológicas, por
exemplo. As redes sociais podem ter um papel de amplificação dessa violência
eleitoral.
A Secretaria Estadual de
Segurança do Rio Grande do Norte informou que a Polícia Militar está fechando
seu planejamento operacional para os dias de votação e, em breve, divulgará à
imprensa.