13 de janeiro de 2023

Cientistas identificam na Ásia mosquitos super-resistentes a inseticidas

Os mosquitos que transmitem a dengue e outras doenças virais desenvolveram uma alta resistência a inseticidas em algumas regiões da Ásia, de modo que novos métodos são urgentemente necessários para impedir sua propagação - de acordo com um estudo japonês publicado recentemente.

A aplicação de inseticidas em áreas infestadas por mosquitos é uma prática comum em regiões tropicais e subtropicais. A resistência já era uma preocupação, mas a magnitude do problema não era exatamente conhecida até agora.

O cientista japonês Shinji Kasai e sua equipe estudaram mosquitos de vários países asiáticos e de Gana e observaram mutações genéticas que tornam alguns imunes a inseticidas amplamente usados, como a permetrina.

"No Camboja, mais de 90% dos mosquitos Aedes aegypti, principal vetor dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, têm uma combinação de mutações que levam a um nível de resistência extremamente alto", explicou Kasai.

Mesmo uma dose dez vezes mais tóxica matou apenas 30%. Os níveis de resistência variam de acordo com a região.

Novos produtos químicos são necessários, mas autoridades e cientistas também devem pensar em novos métodos de proteção, como as vacinas, ressalta Kasai.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de dengue aumentaram dramaticamente em todo mundo nos últimos 20 anos, com entre 100 e 400 milhões de infecções por ano. Mais de 80% dos casos são leves, ou assintomáticos, mas há complicações com risco de vida.