A instalação em grande escala de parques
eólicos na região Nordeste se tornou motivo de preocupação para pesquisadores
do tema, que dizem que o avanço do setor ao longo das últimas duas décadas
ocorreu sem minimizar corretamente os danos ambientais.
Pesquisas revelam impactos como desmatamento
e redução na movimentação de dunas e da recarga de lençóis freáticos. Os problemas
começam antes da obra, quando há desmatamento, em muitos casos, para construção
de estradas para que caminhões pesados passem.
O impacto afeta o ecossistema. "Raios
solares sobre o asfalto acumulam muito mais calor maior que um solo exposto com
argila e areia", diz o o professor e pesquisador da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte, Rodrigo Guimarães, que reforça que a instalação das
fundações muda a dinâmica natural das dunas por conta dos aterros e estruturas
de suporte às torres.
"Além disso, a utilização de água
subterrânea em grande quantidade diminuindo o aporte [de água] de ecossistemas,
como lagoas costeiras e manguezais", diz.
Segundo a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica),os parques construídos no Brasil respeitam as legislações ambientais e são erguidos sempre tentando reduzir os impactos ambientais para se "conviver de forma compatível com a preservação dos principais recursos ambientais do território".