Prestes a ser oficializada, a fusão entre DEM e PSL vai criar uma
megapotência partidária. A nova legenda deve nascer com 81 deputados federais e
conquistar o posto de maior bancada na Câmara, com força para decidir votações
importantes e ter peso significativo num eventual processo de impeachment de
Jair Bolsonaro.
Será a primeira vez em vinte anos que a direita reunirá tantos
parlamentares em uma única agremiação. A última vez foi no segundo mandato de
Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes.
Caso a nova sigla seja concretizada, vai desbancar o PT, que desde 2010
elege as maiores bancadas na Câmara. Mesmo que 25 parlamentares bolsonaristas
deixem o novo partido, como esperado, a sigla que será criada seguirá com o
maior número de deputados.
A ideia de dirigentes de PSL e DEM é usar a megaestrutura que está sendo
formada para atrair uma candidatura à Presidência em 2022 capaz de rivalizar
com Bolsonaro e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de maior partido da Câmara, a nova legenda deve controlar três
Estados, favorecendo a formação de palanques regionais nas disputas eleitorais.
Hoje, o PSL governa Tocantins, com Mauro Carlesse, e o DEM administra Goiás,
com Ronaldo Caiado, e e Mato Grosso, com Mauro Mendes.