19 de julho de 2021

Polícia investiga ameaças de bolsonaristas ao padre Lino Allegri em Fortaleza

Ataques de grupo bolsonarista contra padre Lino Allegri na Paróquia da Paz, em Fortaleza, serão alvo de inquérito policial. A recomendação foi do  governador do Estado, Camilo Santana (PT).

O governador cearense definiu o caso como "mais um grave episódio de intolerância; é "inaceitável".

O padre italiano deverá solicitar o ingresso no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH). Ele vem sendo vítima de uma série de ameaças e ataques virtuais ocorridos na Paróquia da Paz.

No dia 4 de julho, o sacerdote foi hostilizado verbalmente por um grupo de católicos que invadiu a sacristia. O grupo estava motivado pela revolta contra as críticas feitas por Lino Allegri à política do presidente Jair Bolsonaro, em especial a condução desastrosa diante da pandemia da Covid-19.

Uma semana após o primeiro ataque, um homem, também apoiador de Jair Bolsonaro, adentrou na Paróquia da Paz gritando ofensas ao sacerdote e seu irmão Ermano Allegri.

Neste caso, os fiéis se uniram em uma espécie de barreira e conseguiram expulsar o homem da igreja, que diante dos defensores dos padres, se retirou do local sob protesto.

O caso ganhou grande adesão do grupo de bolsonaristas residente em Fortaleza, que passou a frequentar a Paróquia da Paz, no bairro Aldeota, onde o padre atua, como forma de fiscalizar a atuação de Lino. O grupo seguiu ainda com xingamentos, produzindo inclusive ameaças de agressão ao padre devido às criticas feitas ao presidente.