Ataques de grupo bolsonarista contra padre Lino Allegri na Paróquia da
Paz, em Fortaleza, serão alvo de inquérito policial. A recomendação foi do governador do Estado, Camilo Santana (PT).
O governador cearense definiu o caso como "mais um grave episódio
de intolerância; é "inaceitável".
O padre italiano deverá solicitar o ingresso no Programa Estadual de
Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH). Ele vem sendo
vítima de uma série de ameaças e ataques virtuais ocorridos na Paróquia da Paz.
No dia 4 de julho, o sacerdote foi hostilizado verbalmente por um grupo
de católicos que invadiu a sacristia. O grupo estava motivado pela revolta
contra as críticas feitas por Lino Allegri à política do presidente Jair
Bolsonaro, em especial a condução desastrosa diante da pandemia da Covid-19.
Uma semana após o primeiro ataque, um homem, também apoiador de Jair
Bolsonaro, adentrou na Paróquia da Paz gritando ofensas ao sacerdote e seu
irmão Ermano Allegri.
Neste caso, os fiéis se uniram em uma espécie de barreira e conseguiram
expulsar o homem da igreja, que diante dos defensores dos padres, se retirou do
local sob protesto.
O caso ganhou grande adesão do grupo de bolsonaristas residente em
Fortaleza, que passou a frequentar a Paróquia da Paz, no bairro Aldeota, onde o
padre atua, como forma de fiscalizar a atuação de Lino. O grupo seguiu ainda
com xingamentos, produzindo inclusive ameaças de agressão ao padre devido às
criticas feitas ao presidente.