19 de fevereiro de 2020

Advogada passa por revista íntima no Pará

Uma portaria da Secretaria de Administração Penitenciária do Pará determina que advogados devem passar por revista íntima para atenderem seus clientes dentro de presídios e ao menos três advogadas já afirmaram ter passado pelo 'procedimento vexatório'.
Em seu artigo 5.º determina. "O advogado será submetido a todos os procedimentos rotineiros de revista, os quais já são realizados, indistintamente, em todas as autoridades."
A advogada Milene Serrat Brito dos Santos Marinho precisou 'baixar as calças e levantar a blusa' em um banheiro do Centro de Triagem da Marambaia, em Belém, para poder entrevistar o seu cliente. Ela foi inspecionada com um detector de metais e liberada.
Ainda, informou que a entrevista não ocorreu de forma reservada e que agentes penitenciários ficaram à porta. Milene acusa infração das prerrogativas da Advocacia.
Ela registrou um Boletim de Ocorrência na Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria da Polícia Civil.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil repudiou o procedimento efetuado contra Milene e defendeu o direito dos advogados de 'entrevistar-se com o seu cliente, ainda que encarcerado'.
O objetivo é que o Conselho Federal assuma conjuntamente todas as medidas judiciais cabíveis: desagravo, responsabilização civil, penal e administrativa.