O
forró está de luto. Morreram no mesmo dia dois astros da nossa música: o cantor
Fúba de Taperoá e o sanfoneiro Severino de Esperança,
Fúba de Taperoá - Nasceu na região de Cariris Velhos, na cidade de
Taperoá, terra de outros importantes artistas brasileiros, como Vital Farias e
Zito Borborema, além do escritor Ariano Suassuna. De família humilde, desde
cedo conviveu com a música, pois sua mãe, Carminha Basílio, compunha músicas
carnavalescas.
Seguiu
com o cunhado Zito Borborema para Campina Grande, onde este fazia sucesso com o
forró "Mata Sete". Apresentou-se pela primeira vez em rádio em
programa dirigido por Rosil Cavalcante. Com a ida de Zito Borborema para o Rio
de Janeiro, continuou em Campina Grande e em Taperoá trabalhando como
mestre-de-obra.
Na
mesma época apresentava-se também em diversos forrós. Mas, acabou se transferindo
para o Rio a convite de Dominguinhos, com quem trabalhou até a morte do grande
sanfoneiro.
Severino de Esperança – Ou Severino Medeiros como ele gostava de ser
chamado. Sanfoneiro dos bons, cantor, compositor, arranjador e produtor,
natural da cidade de Esperança, filho de
Dona Olegária e irmão de Dedé do “Terraço de Som”.
Passou a infância em Lagoa
de Pedra, onde aprendeu a tocar sanfona aos 17 anos, presenteado que fora pela
sua mãe com este instrumento musical.
Radicado
em Campina Grande, no bairro do Alto Branco, onde montou um estúdio com a sua
família, cultiva o forró de raiz no seu estilo mais autêntico. Se apresentou
com diversos artistas de renome e produziu alguns álbuns para outros artistas,
a exemplo de Zé Calixto, Biliu de Campina, Fátima Mello, Capilé e Geovane
Júnior. E tocou com grandes nomes da música, como Dominguinhos, Elba Ramalho,
Antônio Barros e Cecéu, Marinês, Anastácia, Jackson do Pandeiro e Genival
Lacerda.
A
sanfona lhe deu tudo na vida, por isso nunca precisou trabalhar noutra coisa, e
com esse instrumento conseguiu garantir o sustento da família. Mas o homem de
chapéu branco – utensílio que se tornou sua marca – também tocava violão,
cavaquinho e pandeiro. Pai de 9 filhos, todos músicos. Morreu aos 74 anos.