Desde
que a delação premiada da JBS veio à tona, na semana passada, deixando o
cenário político de cabeça para baixo, internautas têm relatado nas redes
sociais - alguns, de forma irônica - temores de que uma eventual saída de
Michel Temer afete o saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço).
Para
especialistas, esse risco realmente existe, especialmente para os trabalhadores
nascidos de setembro a dezembro. Não por causa de uma eventual troca na
Presidência, mas porque a crise política pode afetar os trabalhos do Congresso.
Para
autorizar o saque das contas inativas, o governo publicou a Medida Provisória
763/2016 no final do ano passado, e ela precisa ser aprovada pelo Congresso até
1º de junho. Esse prazo não pode mais ser prorrogado. Se não for aprovada até
lá, a regra deixa de valer, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem.
Se
isso acontecer, os trabalhadores nascidos entre setembro e dezembro não vão
conseguir fazer o saque das contas inativas do FGTS. Até o momento, estão
liberados os saques para quem nasceu entre janeiro e agosto. Tem direito o
trabalhador com carteira assinada que pediu demissão ou foi demitido por justa
causa até 31 de dezembro de 2015.