17 de abril de 2017

Delator da Odebrecht relata ameaças e chantagem feitas pela CUT

Henrique Valadares, um dos delatores da empresa Odebrecht, revelou que a construtora pagou propina para representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e para índios, via caixa 2.
De acordo com o delator, tribos indígenas recebiam depósitos em conta-corrente e eram identificados pelo codinome de “Tribo”. Os pagamentos estavam ligados ao Projeto Madeira, onde a Odebrecht e Furnas teriam interesse na viabilização do complexo hidrelétrico Rio Madeira.
Foi delatado também repasses para o codinome identificado como “Barbudos”, que são os representantes da CUT locais. O delator disse que a CUT chegou na região e se estabeleceu trazendo 25 mil homens numa obra. Para evitar greves e possíveis atos de violência, o sindicato cobrava pedágios mensais da empresa, como se fosse um tipo de propina para enriquecimento deles.
Segundo o delator, foram feitos pagamentos também para “Companheiro”. Esse codinome era para diretores de sindicato, assim eles conseguiam impedir que os trabalhadores praticassem atos de vandalismo e depredação da obra, nas épocas em que eram feitas negociações trabalhistas.