Preocupados
com a imagem da presidente Dilma Rousseff e buscando agradar a centrais
sindicais e movimentos sociais, ministros petistas próximos ao Planalto vão
pressionar a equipe de Nelson Barbosa (Fazenda) a evitar medidas impopulares.
Entre
elas estão a decisão de não corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa
Física e a de aumentar as prestações do programa Minha Casa, Minha Vida.
Diante
do deficit nas contas públicas, não há previsão de reajuste da tabela do IR no
Orçamento de 2016. É a primeira vez que isso acontece sob a gestão de Dilma.
Assessores
presidenciais defendem que a presidente adote medidas para beneficiar sua base
política, para tentar afastar de vez a ameaça de abertura de um processo de
impeachment.
Segundo
eles, deixar de corrigir a tabela do IR, depois de a inflação ter sido 10,67%
no ano passado, é na prática uma redução de renda.
Já
a equipe da Receita é contra a correção da tabela do IR sob o argumento de que
ela estimula mecanismos de indexação da economia, alimentando a cultura
inflacionária no país, que acaba prejudicando os mais pobres.
Presidente
do PT, Rui Falcão disse que seu partido defende uma nova política tributária,
que inclua além do reajuste da tabela do IR a reforma do ICMS e a taxação de
grandes fortunas. O PT defende, por exemplo, uma alíquota de 40% para quem
ganha acima de R$ 100 mil. A Receita diz que a proposta é inócua, porque poucas
pessoas têm esse rendimento registrado.