O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), prometeu interceder pelo ex-presidente da OAS Léo Pinheiro junto a
tribunais de contas, de acordo com troca de mensagens do celular do empreiteiro
interceptada pela Polícia Federal.
Em duas mensagens de 2013, época em que
Henrique Eduardo Alves era presidente da Câmara, ele cita possível lobby junto
ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao Tribunal de Contas do Rio Grande do
Norte.
"Em 22/6/2013, Henrique Alves envia
mensagem para Léo Pinheiro, dizendo que poderia marcar com o presidente do
Tribunal de Contas, irmão de Garibaldi [Alves, senador pelo PMDB-RN], para
discutir algum problema envolvendo a OAS", escreveu o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
"Tenho sim. E resolvo. Sou como vc!
Charles poderia me procurar seg cedo em casa? Já marcaria com Pres TC, irmão do
Garibaldi. Discutiríamos problema", enviou Alves a Léo Pinheiro.
Em uma outra mensagem interceptada, de 14 de
julho de 2013, o peemedebista escreveu para Pinheiro: "Seg, em BSB, vou pra
cima do TCU. Darei notícias".
A Procuradoria-Geral da República também
encontrou pedidos de doações eleitorais para a campanha de Alves ao governo do
Rio Grande do Norte, em 2014, feitas diretamente por ele ou pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RN).
Sobre a relação entre os dois peemedebistas,
Léo Pinheiro chega a escrever em uma mensagem que "Eduardo Cunha é o
grande articulador de Henrique Alves".
Segundo a Procuradoria, há oito solicitações
de doação feitas por Cunha para Henrique Alves.
Uma mensagem foi interpretada por Janot como
o próprio Henrique cobrando os valores: "Amigo, como Cunha falou, na
expectativa aqui. Abs e obrigado!".