Em 2013, Pedro Lucas Feitosa, então com 8
anos, voltou encantado de uma visita que fizera ao Museu do Gonzagão, em Exu
(PE). Ao voltar para a sua casa, no Crato (Cariri cearense), Pedro Lucas já
sabia como dar vazão à admiração que nutre por Luiz Gonzaga: ele criaria um
museu dedicado ao Rei do Baião, na casa em que sua falecida bisavó morava,
vizinha à dele.
Três anos depois, o espaço na rua Rua Alto da
Antena, no distrito de Dom Quintino, reúne cerca de 100 objetos que recriam a
época em que Gonzagão viveu.
Pedro Lucas guia as visitas no local,
contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo,
Caio Éverton, de 8 anos. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas,
ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz
Gonzaga.
A paixão pela música de Luiz Gonzaga vem de
quando ele tinha cinco anos. Em uma festa de São João na escola, Pedro Lucas
conta ter ouvido “Numa Sala de Reboco” e ter gostado tanto da música que passou
a cantá-la frequentemente. Uma tia dele viu o gosto pela música e presenteou-o
com um CD de Luiz Gonzaga.
O gosto pelo forró pé-de-serra impressiona o
pai de Pedro Lucas, o agricultor Antônio Feitosa de Souza. Ele conta
"estranhar" uma "criança de hoje em dia" gostar de músicas
antigas. Antônio e a família ficaram "encantados", mas também
"assustados" com uma criança "dessa idade" criando um
museu, conta Pedro Lucas.
O museu fica disponível a visitações nos
turnos da manhã e da tarde, enquanto Pedro Lucas não voltar às aulas — ele irá
cursar neste o 6° ano do Ensino Fundamental.
Pedro Lucas afirma que a iniciativa não
parará na infância. Ele que ser um museólogo quando crescer. Conciliará a
profissão com a sanfona, diz, instrumento que tem o sonho de aprender a tocar,
como o ídolo Luiz Gonzaga.