O
governo já dá como certa a abertura de um processo de impeachment contra Dilma
Rousseff no Congresso e montou um time de advogados e juristas para defender a
presidente.
A
decisão do Palácio do Planalto é recorrer ao Supremo Tribunal Federal assim que
algum requerimento solicitando o afastamento de Dilma for aceito pela Câmara.
Em
nova reunião realizada ontem (11) com ministros, no Palácio da Alvorada, Dilma
foi informada de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comandará
uma “manobra” pró-impeachment.
A
avaliação do governo é de que, acuado após a denúncia do Ministério Público da
Suíça mostrando contas secretas atribuídas a ele e abastecidas com dinheiro
desviado da Petrobrás, Cunha vai pôr em prática o jogo combinado com a oposição
para atingir a presidente.
O
advogado Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha de Dilma à reeleição,
foi escalado para coordenar a defesa da presidente na possível ação de
impeachment. Além de Caetano, nomes de peso do meio jurídico, como Celso
Antonio Bandeira de Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), e Dalmo Dallari, professor emérito da Universidade de São Paulo
(USP), farão parte da equipe que defenderá Dilma. O ex-ministro do Supremo
Tribunal Federal Carlos Ayres Britto também foi sondado para se juntar ao
grupo.
O
governo pretende contestar a questão do quórum para a abertura do processo pela
Câmara, uma vez que a Constituição exige dois terços dos parlamentares.
No
diagnóstico do Planalto, o maior sustentáculo da presidente, agora, está no
Senado, que pode barrar o impeachment. O presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), é aliado do governo.