Quase
quatro meses após o ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), determinar abertura de inquérito para investigar suposta prática de atos
ilícitos na campanha que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em 2014, a
Polícia Federal instaurou a investigação. A primeira determinação do ministro é
de junho; a segunda é de agosto.
Gilmar
utiliza informações reveladas pelas investigações da Operação Lava Jato para dizer
que a campanha foi supostamente financiada com recursos da Petrobras. Por ser
uma empresa de capital misto (recursos públicos e privados) a petroleira é
vedada de financiar campanhas eleitorais.
"As
doações contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os recursos da
estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do período eleitoral, e
circulava para as campanhas eleitorais", escreveu o ministro.
"O objetivo seria financiar a propaganda
disfarçada do Partido dos Trabalhadores e seus candidatos, além de denegrir a
imagem dos partidos e candidatos concorrentes", concluiu o ministro.
"Em suma, há indicativos de que o partido recebeu auxílio por meio de
sociedade de economia mista e publicidade", resume o ministro.