O secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Edilson França, decidiu
que não vai mais levar só consigo os ônus sobre a crise no sistema prisional do
Rio Grande do Norte.
Nesta segunda-feira (1º), ele pontuou, pela primeira vez, que outros
dois atores, Ministério Público do Rio Grande do Norte e Judiciário, têm
responsabilidades no caos que está instalado no setor.
França subiu o tom ao afirmar que desconhece o trabalho do MP e
Judiciário que está previsto na Lei de Execução Penal. A ambos compete a
fiscalização que evitaria a superlotação do presídio. O secretário explica que,
se houvesse a fiscalização prévia, o controle seria mais fácil.
“Eu desconheço [as inspeções do MP e Judiciário]. Se elas fossem feitas,
o sistema prisional do RN e do Brasil seria outro. Se essas inspeções e
providências fossem adotadas, a gente não chegaria a uma cela e veria 28
presos, porque as providências teriam sido adotadas”, comentou Edilson França.
Em tom de desabafo, diz que as instituições se furtam ao trabalho porque
o preso é “lixo social” e que “não é todo mundo que quer mexer na lixeira”.
O secretário ainda diz que há muita hipocrisia quando o assunto é o
sistema prisional, mas preferiu não nominar os hipócritas.