A
campanha de Marina Silva à presidência da República mal começou e já pode ter
de enfrentar sua primeira séria turbulência.
Reportagem
da revista Época deste fim de semana sugere que a campanha do PSB cometeu crime
eleitoral ao utilizar um avião fantasma, sim, o PR-AFA que desabou em Santos
(SP), matando Eduardo Campos e outras seis pessoas.
Os
documentos obtidos com exclusividade por ÉPOCA revelam que o jatinho usado na
campanha por Eduardo Campos e Marina Silva pertencia oficialmente ao grupo
paulista AF Andrade. No papel, a AF Andrade, de usinas de açúcar, era dona do
Cessna Citation, prefixo PR-AFA, quando o jato caiu em Santos, na semana
passada – embora tenha dito que o vendeu a um usineiro pernambucano.
Para
a PF, que investiga o caso, esse conjunto de evidências aponta, até agora, para
fraude à Justiça Eleitoral e crimes financeiros e tributários na operação de
aluguel – ou venda – do avião.
De
acordo com a legislação eleitoral, uma empresa não pode fazer doações de bens
ou serviços sem relação com sua atividade fim. Por isso, uma empresa do ramo
sucroalcooleiro, como da AF Andrade, não poderia emprestar um avião. Se o
alugasse, teria de comunicar a Anac. “A Anac não foi informada sobre nenhuma
cessão onerosa da aeronave”, informou em nota.
Para
o especialista em direito eleitoral Bruno Martins, se o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) chegar à conclusão de que houve omissão nas informações
prestadas pela chapa, pode haver uma desaprovação das contas.