Insatisfeita com o espaço reservado por Dilma
Rousseff ao partido na reforma ministerial, a bancada do PMDB na Câmara fez uma
reunião na tarde desta quarta-feira (5) com fortes críticas à presidente e, ao
final, divulgou nota afirmando que está entregando os ministérios do Turismo e
Agricultura.
Embora nos microfones a decisão tenha sido
anunciada sob o argumento de que o partido não quer mais ter sua imagem
vinculada à disputa de cargos federais, nos bastidores o objetivo é tentar
colocar o Planalto contra a parede e conseguir melhor resultado na queda de
braço por mais espaço na Esplanada.
Um rompimento traria um problema para o Planalto,
já que o PMDB na Câmara é o maior partido aliado ao PT na coalizão dilmista,
além de possuir representação significativa na convenção que decidirá o apoio à
reeleição da presidente.
A rebelião
foi encampada pelo próprio presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN): "O PMDB vai continuar com o governo, mas não indicará nomes,
deixando a presidente livre para compor da melhor maneira. As negociações não
estão sendo bem conduzidas. As conversas provocaram distorções. Essa exposição
de cargos para cá, cargos para lá, não foi bem costurada e está expondo o
partido", disse.
A nota
divulgada pela bancada após a reunião de cerca de três horas –realizada a
portas fechadas em um dos plenários da Câmara– também diz que o apoio ao
governo está mantido, mas deixa clara a insatisfação ao "deixar a
presidente à vontade para contemplar outros partidos em função das suas
conveniências políticas e/ou eleitorais".