O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta
quinta-feira (28) que enviará à Justiça "mais de uma dezena" de ações
para cassar mandatos de deputados infiéis.
Segundo ele, os processos serão contra parlamentares que
aproveitaram a janela que permite o ingresso em legendas recentemente criadas,
mas, depois mudaram novamente para alguma sigla tradicional.
Janot não deu os nomes dos parlamentares e nem explicou se
as ações dizem respeito a deputados que ingressaram e depois deixaram o Pros ou
o Solidariedade, criados neste ano, ou no PSD, que nasceu em 2011.
Para explicar as ações, o procurador usou uma metáfora.
Disse que um voo entre Brasília e Fortaleza (CE), com escala em Salvador (BA),
é um voo entre Brasília e Fortaleza. Por isso, quem "foi de um partido ao
outro fazendo uma escala" terá de responder a ações por infidelidade,
disse.
O procurador-geral disse que o "ponto focal" da
atuação do Ministério Público nas eleições do ano que vem deve ser o combate ao
financiamento ilícito das campanhas. Além disso, o Ministério Público também
deve estabelecer critérios para a propaganda antecipada.
"O grande desafio é fixar como trabalhar na
investigação do financiamento ilegal de campanha e os limites da propaganda. Se
possível criar enunciados sobre quando atuar ou não atuar", explicou.