O
Dia da Consciência Negra foi enaltecido na sessão da Câmara Municipal de
Parnamirim nesta quarta-feira (20). Coube ao vereador Valério Felipe Santiago
(PDT) abrir os debates para lembrar as comemorações da data.
O
vereador lembrou que a data é de reflexão sobre a importância da cultura e da
história do negro no Brasil. “Não adianta se querer dizer que não existe
discriminação. Não precisamos de cotas, mas, sim, de políticas públicas de
forma que os negros possam disputar com os brancos em igualdade de condições”,
ressaltou.
Para
Valério Santiago, a população negra detém os piores indicadores sociais,
econômicos e educacionais, o maior indicador de pobreza, os salários mais
baixos e é sempre vista como elemento suspeito pela polícia.
Em
aparte, o vereador Gildásio Figueiredo (PSB) lembrou que a data é marcada pela
discussão em torno da situação sócio-política da população negra e a
contribuição que ela deu para a história do país.
Ainda,
segundo Gildásio Figueiredo, a existência do preconceito e da discriminação
racial não é novidade e está em relatórios de diversos estudos. “No Brasil,
esse racismo tem como resultado uma cidadania incompleta da população negra.
Por isso, é necessária uma ação política do Estado brasileiro para romper com
os padrões de desigualdade”, considerou.
Também,
os vereadores Carlos Augusto Maia, Antônio Batista Barros, Kátia Carvalho de
Lima e Rosano Taveira da Cunha se pronunciaram sobre a data. Todos os
vereadores desatacaram que se há algumas conquistas a serem lembradas nessa
data, muito mais há de lutas a serem reafirmadas e abraçadas por toda a
sociedade brasileira, que tem em sua formação a forte participação negra.
Para
Antônio Batista, mesmo sabendo que são muitas as frentes de luta do movimento
que luta pela democracia racial no país, é importante nessa data que seja
registrada essa manifestação de reverência e de reconhecimento à importância e
valor da comunidade negra brasileira, “que inclui a todos nós”.
O
vereador Carlos Augusto destacou a importância dos negros na construção da
sociedade brasileira bem como a relevância das políticas públicas para
enfrentar os problemas causados a partir do sistema escravista, “pois a
sociedade brasileira tem uma dívida imensa com os negros desta nação”.
Segundo
Kátia Carvalho, a data não deveria ser dia de consciência negra, mas,
sim “um dia de luta contra as discriminações aos negros do nosso país”.