30 de outubro de 2013

Para o TJRN, “o governo do Estado é incompetente”

Assim como o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte reagiu às declarações do secretário de Planejamento e das Finanças (Seplan), Obery Rodrigues, na entrevista de domingo (27) ao jornal tribuna do Norte.

Coube ao juiz auxiliar da Presidência TJ/RN, Fábio Filgueira, contestar “e discordar” do titular da Seplan: “principalmente quando ele afirma que o Judiciário é um estorvo para o Executivo”. 

Em meio às críticas ao que chamou incapacidade de “gerenciamento e de planejamento” do Governo, Filgueira expôs números do orçamento estadual, os quais, sustentou, seriam suficientes para ao menos amenizar a crise econômica na qual está imergido o Rio Grande do Norte.

Ele observou que a previsão de receita para livre aplicação este ano no RN registrou R$ 8,1 bilhões (segundo estimativas do próprio Governo). Deste total, 87% ficam sob a guarda do Executivo e somente 13% são deslocados para serem distribuídos aos cofres dos demais Poderes (TJ e Assembleia Legislativa), além de Ministério Público (MPE) e Tribunal de Contas (TCE/RN).

“Como se vê, o Executivo permanece com R$ 7,1 bilhões para investir em saúde, educação, segurança e no que achar conveniente. Se não está fazendo o necessário ou ainda em dificuldade deve ser por problema com a gestão”, assinalou.

Fábio Filgueira se disse perplexo com as declarações de Obery Rodrigues sobre as finanças turbinadas do TJ/RN. “Parece que ele quer excluir os demais Poderes, que quer isolar o Executivo para fazer tudo sozinho”, assinalou o juiz.
De acordo com o magistrado, a “incapacidade de gerenciamento de R$ 7,1 bilhões” deixa claro que de posse dos R$ 760 milhões cabíveis ao TJ/RN não  seria possível uma guinada no âmbito do Executivo. “Mesmo se fechassem o Judiciário”, ironizou.

Segundo ele, a tática de impor aos Poderes a culpa pela aflição nas contas do Governo é inconcebível. E lembrou que somente este ano foram devolvidos R$ 3 milhões da Secretaria de Segurança, motivados pela falta de projetos da gestão estadual. “Isso demonstra uma falta de planejamento”, frisou.