Segundo familiares, o óbito de Geraldina Domingos de
França foi confirmado às 6h40 desta segunda-feira.
A filha da vítima, Kalline Domingos, conta que sua mãe
deu entrada na UPA na última quarta-feira (7), por volta das 10h, apresentando
sintomas gripais.
“O médico disse que era gripe, mas ela começou a sentir
cansaço e foi colocada no oxigênio. Ele chegou a considerar dar alta, mas à
noite ela foi internada”, relatou a filha, em entrevista à TV Tropical.
Desde então, a paciente permaneceu em um dos corredores
da unidade. “Ela nunca saiu do corredor. Tinha gente no corredor da ala
vermelha. Não tem espaço nem para colocar o pé”, afirmou Kalline, que
classificou a situação como negligência.
A família afirma que houve falha no processo de regulação
de leitos - sistema que coordena transferências entre UPAs e hospitais do
Estado, como o Walfredo Gurgel e o João Machado.
“Disseram que foi solicitado leito de UTI, mas até hoje
não tinha sido aceito. O leito existia, mas não foi destinado para ela. Foi
para uma paciente que estava ao lado”, disse.
Nos momentos finais, a família foi informada que
Geraldina precisava de um leito com respirador e que, se não conseguisse a
transferência, a situação seria irreversível. “Mandaram a gente se despedir”,
disse a filha.
Procurada, a Prefeitura de Parnamirim - que administra a
UPA de Nova Esperança - afirmou que o quadro da paciente era grave e que a
equipe da unidade prestou toda a assistência necessária. A gestão municipal diz
que a mulher estava cadastrada no Regula RN aguardando transferência para um
serviço especializado, o que não aconteceu.